domingo, 16 de março de 2014

O que é Síndrome de Guillain-Barré ?

Polirradiculoneurite aguda, polineuropatia desmielinizante.


A síndrome de Guillain-Barré é uma doença grave que ocorre quando o sistema de defesas (imunológico) do corpo ataca parte do sistema nervoso por engano. Isso leva à inflamação dos nervos, que provoca fraqueza muscular.


Causas



A síndrome de Guillain-Barré é uma doença autoimune. A causa exata da síndrome de Guillain-Barré é desconhecida. A síndrome pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em pessoas de ambos os sexos entre 30 e 50 anos. Ela normalmente surge após uma infecção pequena, como uma infecção pulmonar ou gastrointestinal. Na maioria das vezes, os sinais da infecção original desaparecem antes que surjam os sintomas da síndrome de Guillain-Barré. A vacinação contra a gripe suína em 1976 pode ter provocado casos raros de síndrome de Guillain-Barré. Entretanto, as vacinas contra a gripe suína e a gripe normal usadas atualmente não provocaram mais casos da doença.

A síndrome de Guillain-Barré danifica partes dos nervos. O dano nervoso provoca formigamento, fraqueza muscular e paralisia. A síndrome de Guillain-Barré afeta mais frequentemente o revestimento do nervo (bainha de mielina). Essa lesão é chamada de desmielinização e faz com que os sinais nervosos se propaguem mais lentamente. O dano a outras partes do nervo pode fazer com que o nervo deixe de funcionar completamente.
A síndrome de Guillain-Barré pode ocorrer juntamente com infecções virais, como:

AIDS
Herpes simples
Mononucleose

Ela também pode ocorrer com outras doenças, como lúpus eritematoso sistêmico ou doença de Hodgkin.

Algumas pessoas podem adquirir a síndrome de Guillain-Barré após uma infecção bacteriana. Uma síndrome similar pode ocorrer após uma cirurgia ou quando alguém está gravemente doente (neuropatia de doença crítica).


Exames


Um histórico de fraqueza muscular crescente e paralisia pode ser um sinal da síndrome de Guillain-Barré, principalmente se houve uma doença recente. Um exame médico pode mostrar fraqueza muscular e problemas nas funções involuntárias (autonômicas) do corpo, como pressão arterial e frequência cardíaca. O exame também pode mostrar que os reflexos, como o reflexo do joelho ou reflexo aquileu, estão diminuídos ou ausentes.

Pode haver sinais de diminuição da respiração causada por paralisia dos músculos respiratórios.

Os seguintes exames podem ser solicitados:
Amostra do líquido cefalorraquidiano (punção lombar)
ECG
Eletromiografia (EMG), que testa a atividade elétrica nos músculos
Exame de velocidade de condução nervosa
Exames de função pulmonar

Os sintomas da síndrome de Guillain-Barré podem piorar rapidamente. Os sintomas mais graves podem demorar apenas algumas horas para aparecer, mas a fraqueza que aumenta ao longo de vários dias também é normal. A fraqueza muscular ou perda da função muscular (paralisia) afeta os dois lados do corpo. Na maioria dos casos, a fraqueza começa nas pernas e depois se propaga para os braços. Isso é chamado de paralisia ascendente. Os pacientes podem notar formigamento, dor nos pés ou nas mãos e descoordenação. Se a inflamação afetar os nervos do diafragma e do peito, e se houver fraqueza nesses músculos, a pessoa poderá necessitar de assistência respiratória.

Os sintomas típicos incluem:

Perda de reflexos em braços e pernas
Hipotensão ou baixo controle da pressão arterial
Em casos brandos, pode haver fraqueza em vez de paralisia
Pode começar nos braços e nas pernas ao mesmo tempo
Pode piorar em 24 a 72 horas
Pode ocorrer somente nos nervos da cabeça
Pode começar nos braços e descer para as pernas
Pode começar nos pés e nas pernas e subir para os braços e a cabeça
Dormência
Alterações da sensibilidade
Sensibilidade ou dor muscular (pode ser cãibra)
Movimentos descoordenados

Outros sintomas podem ser:

Visão turva
Descoordenação e quedas
Dificuldade para mover os músculos do rosto
Contrações musculares
Palpitações

Sintomas de emergência:

A respiração é interrompida temporariamente
Não conseguir respirar profundamente
Dificuldade para respirar
Dificuldade para engolir
Babar
Desmaios
Sentir vertigem ao se levantar

Ajuda médica


Procure assistência médica imediata se apresentar algum dos seguintes sintomas:
Não puder respirar profundamente
Dificuldade para respirar
Dificuldade para engolir
Desmaios
Perda de movimentos


Não há cura para a síndrome de Guillain-Barré. Entretanto, existem muitos tratamentos disponíveis para ajudar a reduzir os sintomas, tratar as complicações e acelerar a recuperação. Quando os sintomas são graves, o paciente deverá ser internado no hospital para tratamento, que pode incluir aparelhos de respiração artificial. Nos estágios iniciais da doença, tratamentos que removem ou bloqueiam as proteínas que atacam as células nervosas, chamadas anticorpos, podem reduzir a gravidade e a duração dos sintomas da síndrome de Guillain-Barré. Um desses métodos é chamado de plasmaferese e é usado para remover os anticorpos do sangue. O processo envolve extrair sangue do corpo, geralmente do braço, bombeá-lo a uma máquina que remove anticorpos e depois enviá-lo novamente ao corpo. Outro método é bloquear os anticorpos usando altas doses de imunoglobulina (IVIG). Nesse caso, as imunoglobulinas são adicionadas ao sangue em grandes quantidades, bloqueando os anticorpos que causam a inflamação.

Outros tratamentos têm por objetivo prevenir complicações.
Podem ser utilizados anticoagulantes para prevenir coágulos sanguíneos.
Se o diafragma estiver debilitado, pode ser necessário o uso de um auxílio respiratório ou até mesmo de um tubo e um ventilador respiratórios.
A dor é tratada com remédios anti-inflamatórios e narcóticos, se necessário.
O posicionamento adequado do corpo ou um tubo de alimentação podem ser empregados para evitar engasgar durante a alimentação se os músculos usados para deglutição estiverem debilitados.

Recuperação


Pode demorar semanas, meses ou anos. A maioria das pessoas sobrevive e se recupera completamente. De acordo com o National Institute of Neurological Disorders and Stroke, cerca de 30% dos pacientes ainda têm alguma fraqueza após 3 anos. Uma fraqueza leve pode persistir em algumas pessoas. Órteses leves objetivando favorecer a deambulação na presença de fraqueza distal persistente.
Havendo deficiência motora importante após dois anos do início da doença, o programa de tratamento deve objetivar o maior grau de independência possível na locomoção e nas atividades de vida diária.
Nessa fase as intervenções do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional são indispensáveis.

É mais provável que o prognóstico do paciente seja muito bom se os sintomas desaparecerem dentro de 3 semanas do início da doença.

Complicações possíveis

Insuficiência respiratória)
Contraturas das articulações ou outras deformidades
Trombose venosa profunda
Maior risco de infecções
Pressão arterial baixa ou instável
Paralisia permanente
Pneumonia
Lesões na pele (úlceras)
Aspiração de alimentos ou líquidos para dentro do pulmão

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